domingo, 28 de novembro de 2010

Depoimento de Janaína Ávila


"Escrito em:26/11/2010
Ah, o poder do TEATRO
Ontem, dia 25 de novembro de 2010, eu fui ao teatro!
Havia muito tempo que não ia ao teatro. Para assistir. Ia para ensaiar, apresentar, fazer!
Em meio a guerra urbana me aventurei e fui à Lapa! Espaço Giramundo. Um espaço alternativo, sem nenhuma grande placa na entrada. Uma casinha. Mas com um coração enorme!
Lá fui eu me aventurar pelas ruas cariocas em meio às noticias de incêndios, tiroteios etc. Não! Eu não sou refém. Pensei. E peguei um taxi, que era mais seguro que usar o metro. Pensei.
Não vi nada de violência. Na verdade não vi absolutamente nada. Ruas desertas. O medo.
Mas medo não é para ser visto e sim sentido. Então não vi, mas também não senti!
Minha mãe puxou minha orelha e brigou comigo. Onde já se viu, em meio a tudo o que está acontecendo... como posso me embrenhar no meio de uma guerra para ir ao TEATRO. Que futilidade! Que irresponsabilidade! Quem eu acho que sou?
Fui.
E que belo presente me dei nesta quinta feira chuvosa e trevosa.
Uma luz em meio às trevas.
Lá, na casinha, resistia a beleza."
(...)
"É impressionante o poder que o teatro tem. Há algum tempo reside em mim um sentimento de tristeza. Um sentimento que não sei nomear, que me deixou como um papel em branco. Era como se nada pudesse ser criado dentro da minha cabeça. Como se nada fizesse sentido. Eu tenho deixado os dias correrem sem muito critério e sem muito esforço. Não tenho tido forças sequer para acordar, quem dirá para viver.
Mas ali, naquele momento, vivendo uma hora de respiro, poesia e luz, senti novamente o sangue correr nas minhas veias e meu coração pulsar. E quando dei por mim o sorriso já brotava na minha face, meio que sem querer, como seu eu não pudesse evitar.
A peça não tem conflito dramático. Não tem ação. Acho que os críticos diriam que falta ação e conflito. Mas sobra poesia. As meninas Clara e Paula se transformam em velhos profetas, que nos contam a vida. Sim. Apenas contam a vida. E pasmem, nos fazem descobrir que não sabemos nada da vida.
Fruto de uma pesquisa iniciada na Unirio, "Profestas da Chuva" ganha vida pela ousadia de duas formandas, que tiveram a coragem de interpretar dois homens velhos, como vozes muito distantes da jovialiade e com um corpo retorcido. Em um primeiro instante, choca pela falta de caracterização (maquiagem, perucaria etc) apenas a roupa e o cabelo preso. Pensei, "mas porque não usaram uma maquiagem mais convincente? Uma peruca, algo para envelhecê-las?" Mas foram só os primeiros minutos. Aos 5 minutos de apresentação vi que estava tudo ali: a alma; e me esqueci que aquelas eram duas meninas, que começaram a vida agora.
As canções, as estórias, a vida!
Cheguei em casa com aquela sensação de ter vivido algo impar. Algo que ninguém poderia tirar de mim. E minha cabeça que estava em branco, agora é um emaranhado de pensamentos e cores... não consigo parar de pensar. E de criar. E vamos fazer TEATRO!"

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Obrigada Janaína!!!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

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Temporada Novembro 2010. RJ-Brasil